Excesso de frutose favorece a inflamação, aponta pesquisa brasileira

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Um estudo realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e recém-publicado no periódico Nutrition chega para comprovar os prejuízos atrelados ao consumo excessivo de frutose

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Esse tipo de açúcar é encontrado naturalmente nas frutas, mas tem sido adicionado em produtos como refrigerantes, sucos, cereais matinais, bolos, achocolatados, sorvetes, entre outros itens industrializados

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Após conduzir pesquisas com animais de laboratório, que apontaram uma associação entre o exagero na substância e processos inflamatórios, a equipe mineira realizou um ensaio clínico com 22 mulheres saudáveis, com idades entre 20 e 47 anos

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“Observamos que a frutose leva a um aumento mais significativo nas concentrações de triglicérides e de leucócitos quando comparada com a glicose e a sacarose”, relata a nutricionista Ana Maria S. Rodrigues, autora principal  do trabalho

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Sobre os triglicérides, sabe-se que taxas elevadas dessas moléculas de gordura estão relacionadas com aumento do risco cardiovascular. Já os leucócitos, nossas células de defesa, ajudam a sinalizar inflamações

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Outros trabalhos também demonstraram um elo entre o exagero na frutose e danos à saúde. “Há uma relação com a síndrome metabólica”, comenta Rodrigues

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A nutricionista refere-se ao distúrbio marcado por taxas elevadas de glicose e de colesterol, além de hipertensão arterial e gordura abdominal

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Gabriela Mieko, nutricionista, acrescenta mais itens à lista. “Existem evidências sobre o aumento no risco do diabetes tipo 2, além da esteatose hepática não alcoólica, que é o acúmulo de gordura no fígado”, disse

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Além disso, a frutose também eleva os níveis de ácido úrico no sangue, o que pode levar ao desenvolvimento de gota, mal por trás das inflamações nas articulações

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A frutose também aparece em diversos trabalhos pela relação com a obesidade. E é justamente por esse motivo que já tem até gente excluindo as frutas do cardápio, sem a menor necessidade

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Por isso, é fundamental alertar sobre as diferenças entre a frutose que vem da natureza e aquela que tem aparecido nas gôndolas dos supermercados

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Pela classificação química, a frutose é um monossacarídeo. Significa que se trata de uma combinação de moléculas que forma um carboidrato simples, que apresenta absorção rápida pelo organismo

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Esse açúcar aparece nas frutas, no mel e até em algumas hortaliças. Mas, devido ao seu alto poder de adoçar e à capacidade de reter água, despertou a atenção de cientistas que o isolaram em laboratório, no século 19

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Sua popularidade aumentou mesmo com o surgimento do xarope de milho, na década de 1960. E foi a partir daí que passou a competir com a sacarose e em itens industrializados, como refrigerantes, sucos e afins, o que se vê é uma alta concentração da substância

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Já nas frutas, os teores são muito menores e há uma porção de vitaminas, sais minerais, antioxidantes, compostos bioativos e fibras, num mix benéfico. “A interação entre todas essas substâncias atenua a velocidade de absorção da frutose”, explica Mieko

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Não bastasse favorecer o equilíbrio glicêmico, essa mistura ajuda a combater processos inflamatórios. Inclusive, uma sugestão ao consumir frutas é não dispensar bagaço ou cascas, sempre que possível para maior ingestão de fibras e mais benefícios

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