Salário mínimo tem alta real, mas poder de compra seguirá estagnado até 2026, diz pesquisa

José Cruz/Agência Brasil

Mesmo com reajustes acima da inflação, o poder de compra do salário mínimo não deve aumentar ou voltar ao nível pré-pandemia até o final de 2026, indica estudo da consultoria LCA 4intelligence

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em novembro de 2024, o salário mínimo tinha o poder de compra de 1,7 cestas básicas, nível em que segue desde outubro de 2020, quando atingiu a média de 1,75, se mantendo nesse patamar desde então. Antes deste período, entre 2010 e 2019, o poder era de, em média, duas cestas

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Fatores como fortalecimento do dólar, desvalorização do real e aumento contínuo da inflação impedem que a capacidade aquisitiva retorne a patamares acima da atual “estabilidade”

Marcos Santos/USP Imagens

Para Bruno Imaizumi, economista da LCA 4intelligence e responsável pela pesquisa, o crescimento da inflação gera percepção de piora no cenário econômico mesmo com aquecimento do mercado de trabalho

Marcos Santos/USP Imagens

Quando a gente olha para a série, momentos de crise, como a que aconteceu entre 2008 e 2009, mas que há recuperação. Em 2020 o que temos é uma crise de choques, como diversas ondas de Covid-19 que, em 2022 se juntam à Guerra na Ucrânia, afetando a cadeia de produção e preço de commodities concomitantemente

Bruno Imaizumi, economista da LCA 4intelligence

Segundo Matheus Dias, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), a parcela da população mais afetada pelo aumento de preço é a mais pobre

Valter Campanato/Agência Brasil

“Em 10 anos houve uma defasagem muito grande do poder de compra. Em 2014 um produto de R$ 100 hoje custaria R$ 184 corrigindo a inflação. Com isso, quem tem um poder já reduzido acaba sendo mais afetado”, afirma Dias

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A perspectiva é que o poder de compra do salário mínimo se mantenha até final de 2026, quando se aproximam as eleições, de acordo com a pesquisa. "Não voltaremos ao poder de compra pré-pandemia nas projeções para os próximos dois anos”, afirma Imaizumi

REUTERS/Paulo Whitaker